Em alguns momentos me lembrei de O Silêncio de Melinda, não sei dizer exatamente o porquê. Talvez por ambos serem ótimos filmes independentes sobre garotas reprimidas com seus segredos e silêncios. Em “Assunto” há ótimos diálogos de desabafo, como quando Paulie reclama que as pessoas diminuam a conversa das mulheres pra termos como “fofoca”. Ou seja, quem o definir como “aquele filme de lésbicas” é, no mínimo, uma pamonha d’um ignorante. E é ótimo que Tori não siga o modelo do que as pessoas (ver no parágrafo acima) criaram de uma lésbica. Como assim, ela se preocupa com roupa, gosta de andar arrumada e se maqueia? Ela é sensível, não joga futebol? O mundo está mesmo perdido, nénão? A Paulie também não segue nenhum modelo. Por mais que ela seja mais aventureira e corajosa (características que, durante anos, acreditou-se que fossem únicas e exclusivas de homens – tem quem seja jurássico o suficiente pra ainda acreditar nisso), ela também ama poesia, ama ler. Ama Shakespeare. Por falar nisso, é louvável a idéia de fazer do filme, ou pelo menos de sua base, uma história de amor tipicamente shakesperiana. Pelo pouco que li sobre o longa, muita gente reclama do final dramático demais, muito trágico pra tempos em que se preza pela simplicidade e pela sutileza das emoções. Bom, pra mim o final foi perfeito justamente por parecer com os desfechos de Shakespeare, quase sempre trágicos. Qual a diferença entre Romeu e Julieta e Tori e Paulie, afinal? Ambos os lados tiveram um fim triste pela imbecilidade de pessoas que os cercavam. Qual foi o grande pecado de Tori e Paulie? Se amarem? Não é meio pouco, não? Tem quem roube, mate, estupre, faça guerra, etc, etc, e, ainda assim, são pessoas como as protagonistas de “Assunto” que vão arder eternamente no fogo do inferno? Uhum, pensamento de muito bom senso esse, sí, sí.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Uma Paixão.
Assunto de Meninas (Lost and Delirious) é um drama independente canadense de 2001, que eu não conhecia até a Katyuscia me falar dele. Conferi o filme já há algum tempo, mas guardei todas as minhas anotações pra poder escrever umas palavrinhas sobre ele. Aliás, já estou com muita vontade de revê-lo. É sobre poesia, sobre paixão pela literatura, sobre Shakespeare, sobre amor, desejo, também sobre o preconceito. Um filme belo, erótico e sensível. Não preciso nem falar que gostei muito. Mas, claro, boa parte de quem o vê não consegue enxergar nenhum desses temas, não consegue nem ao menos classificar o filme de outra forma que não “romance lésbico”. Sabem aquilo de tratar o tema com naturalidade, que a gente tanto discutiu? Pois é, Assunto de Meninas consegue essa façanha. E, mesmo assim, a Katyuscia desabafou que só conseguiu o encontrar pra baixar num site GLBT, o que, pra ela, já é um preconceito. E é mesmo. protagonistas. Quer dizer, se até hoje, pra muita gente, é o cúmulo que uma garota “de bem” transe na adolescência, e ainda antes do casamento, imaginem se for com outra garota... Assunto de Meninas definitivamente não é pra esse tipo de gente. Já vou avisando antes que alguém me mande algum e-mail dizendo pra eu ficar calmo, que já estão rezando por mim e pelo meu blog pornográfico: há uma cena de sexo sim. Muito bonita e muito sexy, mas sem precisar ser explícita. Acho hilário observar como os conservadores que vivem ao meu redor (prefiro não citar nomes) não ligam em ver filmes, novelas ou seriados em que existam personagens gays... cômicos. Sabem, cheios de estereótipos? Eles não vêem problema, e até gostam. Agora, quando há um ou mais personagens gays sérios, reais, sem ridicularização, xii... Aí não rola, entendem? A mesma coisa pro sexo. Zorra Total é aceito, porque, sabem como é, trata dessa palavrinha que não podemos pronunciar em ambiente familiar do jeito que se deve, como besteirola. Seriamente, só temas nobres: amor puro, casto, inocente, etc, etc. Pois é, Assunto de Meninas não é pra esse tipo de gente. Todo mundo deve conhecer pelo menos uma pessoa que não perde a chance de proclamar, quando alguém diz que vai se sentar, em alto e bom som: “ahhh, você senta, é?”. Humor inteligente é isso aí, morro de rir (bocejo). Então, “Assunto” não é pra essas pessoas também.
Em alguns momentos me lembrei de O Silêncio de Melinda, não sei dizer exatamente o porquê. Talvez por ambos serem ótimos filmes independentes sobre garotas reprimidas com seus segredos e silêncios. Em “Assunto” há ótimos diálogos de desabafo, como quando Paulie reclama que as pessoas diminuam a conversa das mulheres pra termos como “fofoca”. Ou seja, quem o definir como “aquele filme de lésbicas” é, no mínimo, uma pamonha d’um ignorante. E é ótimo que Tori não siga o modelo do que as pessoas (ver no parágrafo acima) criaram de uma lésbica. Como assim, ela se preocupa com roupa, gosta de andar arrumada e se maqueia? Ela é sensível, não joga futebol? O mundo está mesmo perdido, nénão? A Paulie também não segue nenhum modelo. Por mais que ela seja mais aventureira e corajosa (características que, durante anos, acreditou-se que fossem únicas e exclusivas de homens – tem quem seja jurássico o suficiente pra ainda acreditar nisso), ela também ama poesia, ama ler. Ama Shakespeare. Por falar nisso, é louvável a idéia de fazer do filme, ou pelo menos de sua base, uma história de amor tipicamente shakesperiana. Pelo pouco que li sobre o longa, muita gente reclama do final dramático demais, muito trágico pra tempos em que se preza pela simplicidade e pela sutileza das emoções. Bom, pra mim o final foi perfeito justamente por parecer com os desfechos de Shakespeare, quase sempre trágicos. Qual a diferença entre Romeu e Julieta e Tori e Paulie, afinal? Ambos os lados tiveram um fim triste pela imbecilidade de pessoas que os cercavam. Qual foi o grande pecado de Tori e Paulie? Se amarem? Não é meio pouco, não? Tem quem roube, mate, estupre, faça guerra, etc, etc, e, ainda assim, são pessoas como as protagonistas de “Assunto” que vão arder eternamente no fogo do inferno? Uhum, pensamento de muito bom senso esse, sí, sí.
Em alguns momentos me lembrei de O Silêncio de Melinda, não sei dizer exatamente o porquê. Talvez por ambos serem ótimos filmes independentes sobre garotas reprimidas com seus segredos e silêncios. Em “Assunto” há ótimos diálogos de desabafo, como quando Paulie reclama que as pessoas diminuam a conversa das mulheres pra termos como “fofoca”. Ou seja, quem o definir como “aquele filme de lésbicas” é, no mínimo, uma pamonha d’um ignorante. E é ótimo que Tori não siga o modelo do que as pessoas (ver no parágrafo acima) criaram de uma lésbica. Como assim, ela se preocupa com roupa, gosta de andar arrumada e se maqueia? Ela é sensível, não joga futebol? O mundo está mesmo perdido, nénão? A Paulie também não segue nenhum modelo. Por mais que ela seja mais aventureira e corajosa (características que, durante anos, acreditou-se que fossem únicas e exclusivas de homens – tem quem seja jurássico o suficiente pra ainda acreditar nisso), ela também ama poesia, ama ler. Ama Shakespeare. Por falar nisso, é louvável a idéia de fazer do filme, ou pelo menos de sua base, uma história de amor tipicamente shakesperiana. Pelo pouco que li sobre o longa, muita gente reclama do final dramático demais, muito trágico pra tempos em que se preza pela simplicidade e pela sutileza das emoções. Bom, pra mim o final foi perfeito justamente por parecer com os desfechos de Shakespeare, quase sempre trágicos. Qual a diferença entre Romeu e Julieta e Tori e Paulie, afinal? Ambos os lados tiveram um fim triste pela imbecilidade de pessoas que os cercavam. Qual foi o grande pecado de Tori e Paulie? Se amarem? Não é meio pouco, não? Tem quem roube, mate, estupre, faça guerra, etc, etc, e, ainda assim, são pessoas como as protagonistas de “Assunto” que vão arder eternamente no fogo do inferno? Uhum, pensamento de muito bom senso esse, sí, sí.
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perfeito esse filme,'
ResponderExcluirja vi por dezenas de vezes *.....*